Bom, muita discussão sobre problemas que ouvimos e sentimos no dia a dia. E, justamente por isso, questionei a doutora Ivanise Monfredini: já temos dados e até já pesquisamos as soluções, até quando vamos ficar apenas em mesas-redondas para verbalizar o que já temos como dados ao invés de agir? Afinal, somos maioria (alunos, pais, professores e instituições insatisfeitos) !!!
Porém não pretendo ressaltar a resposta da mesma. Mas, sim, deixar claro o que estava por trás daquela pergunta. Em outras palavras: “quem tem tesão de apenas ficar em paredes fechadas, discutindo-se o que já se sabe?”.
Será que todos estavam lá porque se sentiam motivados? Ou pelo fato de constar como nota ou horas na grade curricular do curso? Na ditadura militar (1964-1985), pudemos ver como vários estudantes e até, professores, não permitiam o abuso de mexerem em seus direitos. Claro, houve perseguições e violências. Não precisamos deixar que só a classe média continue fazendo por todos – antes que julguem dessa forma, está aí a minha defesa. É claro que, muitos educadores foram e estão nas ruas fazendo sua parte. Por que não nos juntarmos a eles?
Quando cursava o ensino médio, já haviam muitas greves do corpo docente. Eu me comovi naquela época pelas causas destes e chamei uma colega e disse a uma professora (ela nos ensinava História): “por que nós não vamos com vocês?”. Ela me olhou atônita, riu ao divulgar a ideia para outras turmas de alunos e fomos para as ruas. Saiu até no telejornal!!!!! Foi engraçado mesmo! Porém, verdadeiro. Era (e é) um problema que atingia a todos, como a professora Angélica se referiu acima - o efeito borboleta (Teoria do Caos) ou outro nome que queiram dar: “A batida de asas de uma borboleta no Brasil provoca um tornado no Texas", (Edward Lorenz, 1972). Essa concepção de lei universal cabe, com certeza para a área da educação.
Mas sabemos, e eu me incluo, que o comodismo tomou outros nomes: trabalhar e entregar material para nota na escola ou universidade – OBRIGAÇÕES que estão vinculadas ao medo. Algo me perplexa: será que tantas torturas – na época do militarismo – criaram gerações covardes? A nota vermelha, a DP, o desemprego ou a perda de dinheiro, fizeram de nós nossos próprios ditadores emocionais.
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> Teoria do Caos – Boff, Leonardo, 1938 - A águia e a galinha, uma metáfora da condição humana, pgs. 52 a 55
> http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,alckmin-diz-que-greve-dos-professores-nao-tem-o-menor-sentido,1680814
Juliete França (Juli)
Jornalista Mtb.: 201407
Estudante de Filosofia